Enseada marca presença em fórum que debateu a indústria naval do futuro

Um convite a pensar a política industrial do Brasil, notadamente aquela voltada para a indústria naval. Esse foi o objetivo do 48º Fórum Brasilianas, evento que aconteceu no dia 14/08, quinta-feira, no Hotel Intercontinental, em São Paulo. Aberto pelo jornalista Luis Nassif, o fórum debateu temas como produtividade, competitividade e qualificação profissional. O tom prevaleceu na temática da produtividade do trabalhador brasileiro. Numa indústria intensiva em mão de obra, o problema distancia a capacidade nacional de competir no mercado global, o que de acordo com os palestrantes só deve ocorrer em uma década, e prolonga o prazo de entrega dos equipamentos fabricados nos estaleiros nacionais, o que pode ter impacto na curva de produção de óleo da Petrobras.

O painel de abertura do Brasilianas tratou da relação entre os setores naval e de petróleo e gás. Para falar sobre o tema, palestraram Paulo Alonso, coordenador-executivo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) da Petrobras, e Franco Papini, vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval). Segundo Alonso, um supervisor coreano lidera 20 profissionais e o brasileiro apenas cinco. “Eles são ultra demandados, é uma questão de preparo, de educação”, sentenciou o executivo da Petrobras.

A Enseada Indústria Naval, que implanta na Bahia um dos mais modernos estaleiros do país, foi representada pelo diretor de Relações Institucionais e de Sustentabilidade, Humberto Rangel. O executivo da empresa, formada pela Odebrecht, OAS, UTC e Kawasaki, apresentou durante o painel “Políticas públicas para a consolidação do setor naval brasileiro”.

Segundo Rangel, o momento é propício para uma reflexão sobre os avanços conquistados e as dificuldades enfrentadas no processo de instalação do estaleiro Enseada, que acaba de completar 75% de conclusão das obras, com 11.000 pessoas empregadas. “O cenário da indústria naval requer a consolidação e o ajuste das políticas públicas para o setor. Acreditamos e empenhamos esforços no sentido de cumprir com rigor e fortalecer a política de conteúdo local. Agora, é preciso avançar com a experiência e potencializar os efeitos positivos nas regiões de influência dos estaleiros, através da geração de oportunidades e da qualificação de uma rede estratégica de fornecedores locais”, afirmou Rangel.

 

 

fotos: Pedro Garbellini / Jornal GGN

14/08/2014
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