Água: um bem que tem a atenção da Enseada

Em meio ao encontro da Baía de Todos-os-Santos com o Rio Paraguaçu está sendo implantada a Unidade Paraguaçu da Enseada Indústria Naval. Para possibilitar a operação do empreendimento, é preciso que uma série de condicionantes exigidas por órgãos como Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e Fundação Cultural Palmares sejam atendidas. Por isso, o estaleiro vem cumprindo o determinado pelos órgãos ambientais e indo além.

“Nosso maior investimento hoje é no monitoramento ambiental da nossa Área de Influência Direta que contempla Saubara, Salinas da Margarida e Maragojipe. No total, são nove programas direcionados a monitorar as condições físico químicas da água e sedimento, assim como da fauna marinha, para garantir que se mantenha a mesma qualidade do estuário encontrada antes do empreendimento chegar. Órgãos ambientais e Estaleiro dão tanta atenção a isso, pois a pesca artesanal é a atividade de subsistência mais importante na região”, afirmou Caroline Azevedo, bióloga e gerente de Sustentabilidade da Enseada.

Sérgio Freitas, chefe da Reserva Extrativista Baía do Iguape (Resex) – ICMBio, defende que as comunidades pesqueiras cumpram também seu papel na conservação dos recursos gerados através da pesca. “Elas sempre fizeram isso e devem também continuar sendo vigilantes com relação às ações predatórias externas”, incentivou Sérgio. De acordo com ele, esses recursos marinhos são responsáveis pela sobrevivência de cerca de 4 mil famílias de pescadores e marisqueiras beneficiárias da Resex Baía do Iguape.

Reflorestando

Maragojipe há anos sofre com o problema da escassez de água. Na busca de soluções para essa questão, foi encontrado um dos fatores responsáveis pela falta desse bem natural na cidade: a destruição das matas ciliares dos mananciais hídricos do município, a exemplo do Rio Topá. Esse rio é um dos principais fornecedores de água para a região e estava com apenas 20% de suas matas ciliares preservadas. Isso quer dizer que a vegetação responsável por protegê-lo contra erosão, assoreamento por terra e lixo estava bastante comprometida.

“Muitas vezes a pessoa não sabe que, arrancando uma simples árvore da margem, ela está ajudando o rio a morrer. Fizemos uma parceria com a prefeitura de Maragojipe e com os proprietários rurais para reflorestar todo o entorno do Topá. Nossa obrigação, para fins de licenciamento, era reflorestar alguns hectares de mata ciliar, o equivalente a apenas uma parte do rio. Resolvemos reflorestar mais do que o previsto, pois consideramos que o nosso papel vai além do licenciamento ambiental”, revelou Caroline.

16/10/2014
Sem Comentários
Sem Comentários
código captcha * Seu e-mail não será divulgado